Sobre o blog

Quando se decide fazer uma viagem como essa, sozinha, pelo mundo, você tem que se preparar para ouvir todo tipo de coisa. Desde que isso é uma coisa de adolescente, que eu sou doida de fazer isso, que eu vou ser seqüestrada em algum lugar da África ou em algum país mulçumano (com todo o respeito à Gloria Perez, e sua tentativa de ajudar mulheres seqüestradas, eu comecei a ter raiva de “Salve Jorge”).
Por isso, a meta desse blog é divulgar. É, principalmente, incentivar meus amigos, e talvez alguns desconhecidos, a saírem do circuitinho Brasil – EUA, Brasil – Europa Clássica e desbravarem o mundo. O mundo é tão grande e diversificado, e muitas vezes as pessoas deixam de conhecê-lo por falta de conhecimento e, também, por ignorância. Ignorância da qual eu não me excluo, porque eu também tenho muitos, muitos preconceitos, e acho importante a gente se permitir revisar essas velhas crenças e conceitos pré-fabricados que adotamos sem muita reflexão. A propósito, como já disse Mark Twain, “Viajar é fatal para preconceitos, para fanatismos e para mentes estreitas”.

Esse blog também tem o objetivo, ainda mais importante, de permitir que meus amigos e familiares me acompanhem nessa viagem pelo mundo. Essa é a melhor forma de eu me comunicar com todos e mantê-los informados, já que contar para cada um qual era o meu roteiro não estava sendo fácil! rs.

Por fim, o desenho do blog tem autoria da Nanci Bagatini, amiga talentosíssima, que agradeço demais pela ajuda em tão pouco tempo!

Fundo 1

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ÚLTIMO POST – Moçambique – Promessa de 2015

Cumprindo a primeira promessa para 2015: terminar de vez esse blog. Não dava pra esse post chegar com um ano de atraso, então ele chega, hum, com 9 meses de atraso. Mas não importa, já que eu comecei, eu precisava fechar esse ciclo de relatos e contar sobre o último local que eu passei nessa viagem: a África. E tb fazer uma espécie de “closer”, tipo, afinal ficou alguma coisa de tudo isso? Quem agüentar ler até o final, verá…

Me sobrou pouquíssimo tempo pra África, praticamente só 1 mês e meio (eu tinha inicialmente cogitado 3). A culpa é de Vang Vieng (carinhosamente chamada hj pelos meus amigos de Veng-Veng, Ving-Vang, Vang-Vung), mas a verdade é que eu não via jeito de não passar pela África (África África, e não África Marrocos, se é que vcs me entendem), eu tinha tinha que ir. Daí eu fui. Depois de mudar umas 5 vezes de idéia de roteiro e minha mãe se “equivocar” na compra da passagem, com o tempo que restou e essa passagem que eu tinha só ia dar pra visitar Moçambique.

Bom, sintetizando, eu cheguei por Johannesburg, tive problema com o visto de Moçambique, e decidi passar uma semana na África do Sul aguardando o entrave se resolver. Daí, por dicas de viajantes, eu rumei pra Coffee Bay. Uma coisa que eu aprendi nessa viagem: quando você ta bem, ta feliz, ta vivendo plenamente, as coisas vêm até você, o Universo conspira, tudo dá certo… é assim assim. Daí em Coffee Bay tudo de bom aconteceu! Simples assim, rs. Mas o final da viagem era pra ser em Moçambique, eu sabia disso, então eu abandonei Coffee e fui pra Moçambique, onde conheci pessoas ainda mais incríveis, além de ser um lugar maravilhoso. Falar português na África… cara, sim, é demais. O  português de lá é pra mim um meio termo entre o daqui e o de Portugal. Então você se sente muito parte da coisa, e, claro, bem acolhido pq eles amavam os brasileiros, e, sim, claro, eles assistem nossas novelas, todo dia. Foi bom ver meu país mais próximo. Pô, caramba, finalmente, negros, bundas grandes (oi? De tamanho eu não era nem a top 20!, tem a 1ª vez pra tudo mesmo nessa vida), pessoas que falam alto, pessoas que dançam! Cara, vc quase não vê isso na Ásia e eu tinha ficado lá os últimos 7 meses; eu confesso que me deu uma sensação (boa) meio de contraste. A verdade é que eu me identificava muito com a cultura moçambicana, eu enxergava minhas origens (claro que praticamente todo mundo no Brasil tem origem negra, mas a minha avó materna é negra, metade da família é negra, cara, eu tava em casa já…), eu via ali bem de perto de onde surgiu parte da minha cultura, maravilhosamente influenciada pela africana. E em Moçambique, que é um lugar muito cheio de musicalidade (das boas), eu tive o privilégio de conhecer o Napalma, banda incrível meio brasileira, meio moçambicana, que acompanhei em alguns shows, viagens e eventos deles (https://www.youtube.com/watch?v=cd07W2G76hQ. Esse vídeo foi feito pelo Cid, percussionista, quando eu tava lá. Eu apareço bem rápido, e toca a música deles ao fundo). Tão no meu coração, e nada podia ser mais perfeito do que todos estes acontecimentos no último país da viagem.

Daí eu voltei…

Constantemente as pessoas me perguntam como eu to. Gente, não dá pra mentir, especialmente os três primeiros meses (ou até mais) foram MUITO difíceis. Nem a Copa impediu a crise, rs (ou aumentou? Rs). Continua às vezes sendo difícil, mas porque nem eu me reconheço às vezes. É que você volta diferente e muita coisa não mudou e exige o “você de antes”. E a readaptação é punk… ou nem acontece. Mas a verdade é que eu nunca me arrependi de ter voltado. Eu acho que a gente tem que saber viver bem qualquer momento da vida. Eu não quero viver à sombra dessa viagem, nem pensar que ela foi um acontecimento tão grande que ofusca todo o resto. Mas uma coisa é certa: ela mudou a minha vida bastante. Sim eu mudei (graças a deus), sim é muito difícil se readaptar à sua velha vida, sim eu optei tentar um novo rumo profissional, sim eu to prestando vestibular de novo (grande choque 1), sim eu to trabalhando com crianças (grande choque 2)!!!! Rs. Quando eu cheguei no Brasil com a decisão de rumos diferentes a tomar, eu lembro de uma amiga me dizer: você vai ver, isso passa, você vai voltar pra sua profissão, vai comprar um carro de novo, vai querer ganhar e gastar muito dinheiro de novo. E eu lembro que na época isso me preocupou, porque no fundo não era o que eu queria, eu não queria que passasse, eu queria que as mudanças ficassem. Daí outra amiga falou bem: mas então é isso, não tem que passar…

Hoje, quase um ano depois, eh, não passou. E eu me orgulho muito de tudo isso. Principalmente, eu me orgulho de ter tido coragem de realizar um grande sonho de vida, mesmo porque depois disso parece que tudo fica muito mais fácil. Prestar vestibular de novo: POR QUE NÃO? (é, é possível q eu nem passe, mas e daí?). Não existem decisões certas ou erradas, existe inércia e ação. É muito verdade que se arrepender de ter tentado é muito pior do que se arrepender de não ter tentado. E neste último caso, honestamente, eu nem acho que arrependimento tem que haver.

Por tudo isso, esse último post finaliza com um agradecimento. Às pessoas que cruzaram o meu caminho durante essa viagem, porque é inacreditável o número de pessoas marcantes que eu tive o privilégio de conviver. A todos que curtiram daqui minha louca e incrível viagem, meus relatos, minhas fotos sem noção, rs. Àqueles que hoje me dão suporte para as mudanças. E tb a todos os que acham que eu pirei e que eu devia voltar a fazer as coisas que fazia antes (sério, eu não sou o tipo de pessoa que gosta só de tapinha no ombro… um cutucão é muito necessário de vez em qdo. No caso, vários cutucões, rs). Especialmente a estes últimos, eu tenho a agradecer, e sem ironia, pois sempre considerei e refleti sobre os cutucões, então a verdade é que sem vocês eu nunca teria tanta certeza do que hoje estou fazendo.

Obs. Um breve desejo: que todos, tooodos aqueles que têm vontade de fazer uma viagem de volta ao mundo, um dia realmente o façam (e sim, é muito mais barato do que parece. E sim, é possível com pouco dinheiro. Ahahaha, NÃO! É SIM). Meu e-mail está disponível para todos aqueles que duvidam disso! 😉

E um apelo: parem de achar que a vida segue uma fórmula A + B = C.

Ah, claro, FOTOS (claro que deu problema no meu memory card, então por hora estou colocando o que deu pra achar no FB dos outros, rs)

Coffee Bay:

Coffee BayCoffee Bay 2:

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Coffee Bay 3:

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Moçambique – Praia do Tofo 01:

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Moçambique – Praia do Tofo 02:

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Napalma:

Napalma2

Saúde! 😉

 

 

 

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